terça-feira, 25 de outubro de 2011

Diario

O diário é um dos géneros da literatura autobiográfica. Registo das vivências e sentimentos de um “eu” face ao mundo que o rodeia, possui, por esse motivo, um carácter intimista e confidente. O diário é o testemunho Quotidiano, por vezes com algumas descontinuidades, do quotidiano de alguém que fixa, através da escrita, factos, desejos, emoções.
Estrutura
O diário possui uma estrutura bastante característica:

  1. é repetitivo – cada dia corresponde a um registo de situações e sentimentos diferentes e é identificado pela respectiva data;
  2. o autor dirige-se ao diário como a um confidente, sendo frequente a utilização do vocativo “Querido diário” ou até a criação de um nome para o saudar;
  3. os registos são ordenados por ordem cronológica de ocorrência.
    Características

    Além de obedecer a uma estrutura específica, o diário encerra características próprias:

    1. o protagonista e o narrador são coincidentes, ou seja, são a mesma entidade. Por esse motivo, a modalidade de enunciação do discurso utilizada é a primeira pessoa. O diário é testemunha de uma situação de comunicação unilateral;

    2. a matriz discursiva é muito livre, uma vez que o narrador dá livre expressão ao curso do seu pensamento. Não existe, excepto no diário de ficção, a intenção de agradar os leitores, porque o diário destina-se ao próprio autor;

    3. o discurso é subjectivo, a escrita é confessionalista. O nível de língua é familiar, o registo é informal e o vocabulário bastante simples;

    4. utilização de deícticos, marcas da presença do sujeito no discurso que produz. A referência deíctica pode ser dada por pronomes pessoais, determinantes possessivos ou demonstrativos, advérbios de tempo ou de lugar,

    5. por vezes, a narração é descontínua, intercalada, porque apenas ocorre quando o sujeito de enunciação deseja registar algo

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